Muitas crianças (e mesmo adultos) não sabem indicar onde estão os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste). Já, usando uma bússola, todos conseguem dizer prontamente. Isso porque o seu ponteiro magnetizado aponta para o norte geográfico*, que fica próximo do polo sul magnético da Terra.

O ponteiro da bússola, que é um pequeno imã, sofre atração do campo magnético da Terra, que é um grande ímã. Entenda aqui por que a Terra é um ímã gigante. Os ímãs possuem dois polos que podem se atrair ou se repelir.

Dessa forma, o ponteiro da bússola se alinha ao campo magnético da Terra, ou seja, o seu polo sul se volta para o polo norte magnético da Terra e o seu polo norte (geralmente a parte vermelha do ponteiro) se volta para o polo sul magnético da Terra, o que corresponde aproximadamente ao polo norte geográfico.
Os celulares possuem uma bússola e, por meio de aplicativos, podemos instalar uma similar às manuais. No entanto, hoje em dia, o modo mais usual é o emprego do GPS (Global Positioning System, em português, “Sistema de Posicionamento Global”) um sistema em que o celular recebe sinais de satélites e que, além de indicar os pontos cardeais, fornece informações das coordenadas geográficas e altitude.

MAS COMO PODEMOS NOS ORIENTAR SEM ESSES DISPOSITIVOS?
O Sol nasce no leste e se põe no oeste. Se apontarmos o nosso braço direito para o local onde é o nascer do Sol (leste) e o braço esquerdo para o poente (oeste) teremos o norte em nossa frente e o sul em nossas costas.

Na realidade, o ponto cardeal leste e oeste será determinado com mais precisão dessa forma no outono e na primavera. Sendo mais exato ainda teríamos que observar o nascente e poente no início do outono ou da primavera (por volta de 20 de março ou 21 de setembro), nos chamados solstícios – veja aqui e aqui. A inclinação do eixo da Terra em relação a sua órbita ocasiona uma mudança na linha de deslocamento do sol. Dessa forma, no inverno o Sol nasce e se põe mais ao norte e no verão mais ao sul.

E COMO NOS ORIENTAMOS À NOITE?
Podemos nos orientar com a Lua do mesmo modo que fazemos como o Sol, já que ela nasce no leste e se põe a oeste. Mas é possível nos orientarmos pelas estrelas. No hemisfério sul isso pode ser feito com o auxílio da constelação mais conhecida por aqui, que é a do Cruzeiro do Sul. Não é correto dizer que o Cruzeiro do Sul aponta para o sul geográfico da Terra, uma vez que o movimento das estrelas no céu é circular, como mostra a figura abaixo.

No entanto, o Cruzeiro do Sul pode nos ajudar a localizar facilmente o polo sul geográfico, já que o seu “braço” maior aponta para o polo sul celeste, e o polo sul geográfico terrestre está localizado logo abaixo. Para determinarmos o polo sul celeste, calcule 4 vezes e meia o eixo mais comprido do Cruzeiro do Sul, aí estará o polo sul celeste e o polo sul geográfico abaixo desse ponto. Basta traçarmos uma linha reta no sentido do horizonte.

Hoje em dia a bússola e o GPS permitem a nossa rápida orientação, mas por milhares de anos nos orientamos olhando para o céu. O celular nos desconectou um pouco do mundo real e muitos ainda não compreendem alguns princípios básicos. É sempre saudável trazermos nossas crianças de volta a essa realidade, que no passado despertou a curiosidade de cientistas, culminando com inúmeras descobertas. Tais descobertas nos fizeram compreender melhor o universo e revolucionaram o mundo! Precisamos que nossas crianças continuem fazendo o mundo avançar!
* Na realidade isso é uma simplificação, pois o ponteiro magnético da bússola fica orientado com a linha de indução magnética da Terra, cuja direção varia um pouco entre localidades.