André Eterovic (CCNH-UFABC), andre.eterovic@ufabc.edu.br
Introdução
O conhecimento do estado da pandemia de COVID-19 em diferentes escalas espaciais e temporais pode subsidiar a tomada de decisões referentes a tentativas de minimizar seus efeitos adversos. A parametrização de modelos que permitem a estimativa de cenários futuros para esse manejo depende de dados robustos, nem sempre disponíveis. Registros do número de casos confirmados e mortes em plataformas de dados públicos permitem a comparação de suas tendências entre países, estados e cidades brasileiras. A abordagem visual desses padrões é suficiente para uma avaliação preliminar da questão, requerendo uma fração mínima da capacidade técnica envolvida na elaboração de modelos epidemiológicos complexos. O termo “ingênuo” do título refere-se a uma abordagem informal, mas não desprovida de crédito.
Métodos
Dados diários referentes a países* foram obtidos na plataforma “European Centre for Disease Prevention and Control” (ECDC) [1]. Dados diários referentes a estados e cidades brasileiras foram obtidos na plataforma Brasil.io [2]. Foram selecionados os top-20 países*, os top-20 estados e as top-40 cidades brasileiras com o maior número de mortes acumuladas até o dia da análise. As variáveis de referência empregadas foram as porcentagens do número de mortes e de casos confirmados em relação aos respectivos totais acumulados até o dia da análise. Foram usadas quatro escalas temporais: toda a epidemia (para os países*, desde o dia 01/01/20; para os estados e cidades brasileiras, desde o dia 25/02/20 – registro do primeiro caso), o último mês, a última quinzena e a última semana. Para as porcentagens de mortes na última quinzena e na última semana, foram ajustadas curvas de regressão linear como referência para a tendência.
Resultados
Quando avaliadas na maior janela temporal (lado esquerdo da figura-modelo), localidades em que a epidemia teve início previamente apresentam curvas sigmoidais, com tendência a um platô de valores acumulados (a). Localidades em que a taxa de infecção ainda é alta apresentam curvas exponenciais, sem tendência evidente à estabilização (b, c). Nas janelas temporais menores, a tendência linear é satisfatória para avaliar o aumento de casos confirmados e de mortes nesses intervalos, possibilitando a comparação entre localidades (lado direito da figura-modelo). Quanto maior sua inclinação, maior é a taxa de incremento de casos e de óbitos (na sequência, localidades a, b e c).
As localidades foram classificadas em três categorias referentes a inclinação da curva de tendência linear para os últimos quinze dias:

*O arquivo do ECDC foi atualizado diariamente até 14 de dezembro de 2020. Após essa data, os dados passaram a ser agregados semanalmente e, posteriormente, em taxas quinzenais. Os gráficos dos países foram, então, suprimidos deste boletim a partir de 19/02/2021. Para visualizar os boletins anteriores, que incluem os países, acesse https://wp.me/pbxlWR-ji
Referências
[1] https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/
[2] https://brasil.io/dataset/covid19/
Estados: toda a epidemia (de 25/2/20 a 25/02/21).
Estados: últimos 30 dias (até 25/02/21).
Estados: últimos quinze dias (até 25/02/21).
Estados: últimos sete dias (até 25/02/21).
Cidades: toda a epidemia (de 25/2/20 a 25/02/21).
Cidades: últimos 30 dias (até 25/02/21).
Cidades: últimos 15 dias (até 25/02/21).
Cidades: últimos 7 dias (até 25/02/21).
BOLETIM INGÊNUO – COVID-19 (19/02/2021)
Estados: toda a epidemia (de 25/2/20 a 18/02/21).
Estados: últimos 30 dias (até 18/02/21).
Estados: últimos quinze dias (até 18/02/21).
Estados: últimos sete dias (até 18/02/21).
Cidades: toda a epidemia (de 25/2/20 a 18/02/21).
Cidades: últimos 30 dias (até 18/02/21).
Cidades: últimos 15 dias (até 18/02/21).
Cidades: últimos 7 dias (até 18/02/21).