Não há dúvida de que, quando observamos a Lua no nascente ou no poente, temos a nítida impressão de que ela é bem maior. Porém, quando a Lua é observada mais próxima do horizonte ela está, na realidade, um pouco mais longe. Veja a figura abaixo:

Assim, a Lua deveria parecer maior quanto está no zênite, ou seja no topo do céu. Acontece que a diferença entre essas distâncias é insignificante. Somente por meio de medições extremamente precisas poderíamos detectar que a Lua tem um “tamanho maior”, quando no zênite. Em termos de escalas detectáveis aos olhos humanos, podemos dizer que Lua possui o mesmo tamanho em qualquer região do céu.
MAS POR QUE ELA PARECE SER MAIOR QUANDO PRÓXIMA DO HORIZONTE?
Uma explicação aventada é que seria devido à refração da luz em função das camadas de atmosfera. Entretanto, tal efeito refratário causa distorções mínimas, sobretudo na posição da Lua no céu, e não explica o fenômeno que vivenciamos.
Não há dúvida de que a explicação seja devida a uma ilusão de óptica. Uma hipótese é que quando a Lua está próxima do horizonte, a comparamos com prédios, árvores e montanhas. Objetos em primeiro plano induziriam nosso cérebro a pensar que a Lua é maior do que realmente é. Tais referências de objetos, ausentes no alto do céu, causariam a impressão dela ser menor. Porém, essa hipótese por si só é refutada porque pilotos de aviões que voam em altitudes muito elevadas também experimentam a ilusão da Lua maior quando próxima do horizonte.
A explicação mais plausível e aceita deve-se à ilusão de Ponzo e à forma como percebemos o céu.
ILUSÃO DE PONZO
Ocorre quando o nosso cérebro avalia de modo diferente as dimensões de um mesmo objeto conforme a distância percebida. Note abaixo que a barra amarela “mais distante” aparenta ser maior.

COMO VEMOS A ABÓBODA CELESTE
Para os seres humanos o céu não parece ser uma semi-esfera, mas sim uma cúpula achatada, sendo mais extensa na direção do horizonte do que para o alto. Isso pode ser constatado quando há formação de nuvens, distribuídas à mesma altura. Nesse caso, temos a percepção que elas estão mais distantes na direção do horizonte do que para cima.
A ilusão de Ponzo associada à do achatamento do céu constitui a explicação mais plausível e aceita para a percepção sobre o tamanho da Lua. Veja abaixo
a trajetória da Lua e a aparente, presumida pelo nosso cérebro.

REFERÊNCIAS:
Kaufman L, Kaufman J. 2000. Explaining the moon illusion, Proceedings of the National Academy of Sciences 97: 500-505. https://doi.org/10.1073/pnas.97.1.500
Silveira FL, Medeiros, A. 2006. Ilusão sobre o tamanho da Lua no horizonte
Revista A Física na Escola 7: 67-69. http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/v13a12.pdf