O homem é um dos primatas que não possuem cauda. Porém, há alguns poucos registros de pessoas que nasceram com cauda. Usualmente, quando isso ocorre, é realizada uma cirurgia para remoção dessa estrutura. Na primeira foto abaixo, uma criança recém-nascida na Colômbia, com cauda de 13 cm e, na sequência, um jovem indiano de 17 anos, com uma cauda de 18 cm.

Essas caudas podem, ou apresentar alguns elementos ósseos, ou ser simples apêndices desprovidos de estruturas ósseas. Algum pesquisadores sugerem que sejam um vestígio da cauda embrionária. No início do desenvolvimento embrionário, o embrião dos vertebrados possui uma cauda bastante proeminente (veja abaixo).

A cauda, assim como todo o embrião incipiente, é formada por uma sequência de segmentos chamados somitos. No caso dos vertebrados com cauda, cada somito caudal dá origem a uma vértebra que compõem a cauda. No homem, o número de somitos diminui ao longo do desenvolvimento embrionário, de modo que nascemos sem cauda. Alguns pesquisadores sugerem que caudas em humanos sem estruturas ósseas não sejam um vestígio caudal do embrião. Porém, homens com cauda contendo estruturas ósseas parecem apresentar um traço muito similar ao de nossos ancestrais que viveram há cerca de 20 milhões de anos.
Para determinar se a cauda com estruturas ósseas corresponde a vestígio da cauda embrionária, são necessárias informações mais detalhadas sobre o número de vértebras totais e a presença de fibras musculares homólogas à musculatura caudal.
Se existem dúvidas quanto a se tais caudas humanas são ou não vestígios embrionários e de um ancestral longínquo, ao menos sabemos que todos nós, humanos, compartilhamos uma estrutura interna que corresponde às caudas de nossos ancestrais. Tal estrutura é o cóccix. No desenvolvimento embrionário normal, os somitos da cauda dos seres humanos sofrem uma grande redução, mas 3, 4 ou 5 persistem e dão origem às pequenas vértebras que formam o cóccix (figura abaixo). O nosso cóccix é o que sobrou da cauda de nossos ancestrais.

REFERÊNCIAS
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