O coronavírus (SARS-CoV-2) surgiu em 2019 em Wuhan, na China, e causa a atual pandemia. Porém, em 1976, surgiu outro vírus muito mais assustador, na África, com dois surtos simultâneos que atingiram o Sudão e o Congo. O ebola é um vírus em forma de filamento e muito mais mortal que o atual coronavírus No Sudão, o ebolavírus infectou 284 pessoas e matou 151. No Congo, foram registrados 318 casos e 280 mortes (taxa de mortalidade = 88%). Desde então, mais de 20 surtos ocorreram na África. O pior foi a epidemia de 2013-2016 que resultou em um total de 28.646 casos, sendo 11.323 fatais (taxa de letalidade = 40%).
Assim como o coronavírus, os humanos se infectaram com o ebolavírus pelo contato com o sangue, secreções ou outros fluidos corporais de animais , como morcegos, macacos, porcos-espinhos ou antílopes. Isso possivelmente se deu em áreas desmatadas onde os humanos entraram em contato com carnes desses animais. O contágio entre humanos é alto e ocorre pelo contato direto das mucosas ou peles lesionadas com o sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infectada.
O ebolavírus utiliza as nossas células de defesa para se multiplicar e se espalhar em nosso corpo. Os sintomas iniciais se assemelham a uma gripe, mas evoluem para vômitos, diarreia e erupções cutâneas. Ocorre dificuldade de coagulação sanguínea e alguns casos evoluem para hemorragia, geralmente no trato gastro-intestinal, e às vezes a pessoa pode perder sangue pelas mucosas.
A letalidade da doença do ebola pode variar entre 25 e 90%, sendo muito maior que a da Covid. Felizmente o ebolavírus não permanece em gotículas suspensas no ar como o novo coronavírus. Se assim fosse, poderíamos ter a perda de mais da metade da população de nosso planeta!
REFERÊNCIAS
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(18)33132-5/fulltext#seccestitle20
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/ebola-virus-disease